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Raphael Baldaya

AS CAUSAS LONGÍNQUAS DA HOMENAGEM A AL-MOTAMIDE

AS CAUSAS LONGÍNQUAS DA HOMENAGEM A AL-MOTAMIDE

A propósito da notícia recente sobre o breve descerramento em Silves, da lápida a Al-Motamide, recebemos a seguinte nota:

«Em princípios de 1914, veio a Portugal o Emissário especial do Concílio Pagão, com o fim de tratar, com os Mestres da Ordem Sebastianista, de um Acordo Supremo, a que efectivamente se chegou. Desse acordo advieram vários episódios, nacionais e internacionais, de diversa e oculta importância, aos quais não é lícito que nos refiramos. Mas, dado tudo isto, era de esperar que, mais tarde ou mais cedo, houvesse de ser “feita” uma “animação” do espírito árabe, naquilo que era propriamente a transmissão do espírito pagão, e não na sua parte religiosa, inútil para qualquer das direcções concordantes.

»A homenagem, claramente pagã, à memória de Al-Motamide, vali de Silves, despertará, nos poucos que já estão despertos, a recordação do Grande Acordo de Março de 1914. Aparentemente, a ideia da homenagem nasceu em Espanha. Mas tanto os Déspotas do Concí1io Pagão, como os Mestres da Ordem do Encoberto, sabem os caminhos que seguirão, e os atalhos por onde hão-de conduzir os outros.

»Os acontecimentos provocados, que foram “enfeixados” à meia-noite de 29 de Maio de 1928, terão em breve o seu termo oculto e o seu princípio visível. — O. S.»

A nota recebida, que acima damos à estampa, está, de facto, de acordo com o nosso entendimento. Aos pontos versados não nos referimos, porém, na local que publicámos, por não julgarmos que isso fosse de interesse para o público; mas, visto que tão espontaneamente os apresentam, ei-los publicados.

s.d.

Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.

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