Viu-a desaparecer com mágoa, com rancor,
Viu-a desaparecer com mágoa, com rancor, com humilhação, mas também com um grande alívio, um repouso fundo da respiração da alma, por fim restituída a si mesma. E sentiu, com todo o subtil da intuição, que ela deveria estar sentindo isso mesmo agora, mas deveria estar sorrindo um pouco mais... E sentiu ainda, como um post-scriptum da análise, a onda de pena dele - maternal e de pessoa crescida - que haveria de completar na alma dela a meditação com que olharia distraidamente a curva nítida do Tejo pelas alturas de Carcavelos. E viu fotograficamente, através dos olhos supostos dela, erguer-se, à beira das ondas, amarelo e baixo, o forte pequeno que não serve para nada.
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa . Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.
- 202.«Daphne e Chloe». 1ª publ. in Obra Poética . Fernando Pessoa (Organização, introdução e notas de Maria Aliete Dores Galhoz.) Rio de Janeiro: Ed. José Aguilar, 1960.


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