António Mora
Para o índio a obra de arte não é ainda uma coisa,
Para o índio a obra de arte não é ainda uma coisa, uma coisa que ele veja existir independentemente da emoção que a produziu. O grego tem já isso. Nasceu nele o senso artístico, ou crítico propriamente, de ver a obra de arte como coisa, no espaço, fora da relação com a emoção que, a produziu.
O grego reparou nisto — que uma obra de arte é uma realidade exterior, uma realidade exterior, porém, que pertence a determinada categoria — à das coisas exteriores produzidas, fabricadas, pelo Homem. Daqui fatalmente um conceito do artista como sendo um operário.
1915?
Páginas de Estética e de Teoria Literárias. Fernando Pessoa. (Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1966.
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