Wardour + Pessoa
Ó mera brancura
Ó mera brancura
Do luar que se esfolha,
Ó rio da alvura
Do luar que te molha -
Montanhas que ao longe
Não têm um grito,
Todas um só monge
No claustro infinito -
Murmúrio das águas
Que ao luar que as não vê
É sombra, sem mágoas,
Macieza que é
A alma da noite,
A sombra do luar...
Ó nunca eu me afoite
Até não sonhar!...
Wardour + Pessoa
25-7-1916
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa. Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.
- 242.N. do A.: «This poem is yours; I give you my part in it, my boy.»