A abusiva libertação do espírito naturalmente servo da mulher e do plebeu…
A abusiva libertação do espírito naturalmente servo da mulher e do plebeu dá sempre resultados desastrosos para a moral e para a ordem social.
Espírito nativamente fraco, e incapaz de inibição íntima, a mulher e a plebe - como a criança - não podem ser disciplinadas senão de fora.
O dom da liberdade à mulher dá em resultado a desmoralização social, por onde se quebrantam todas as forças que criam os progressos e as práticas civilizados. O dom da liberdade ao povo cria a indisciplina e a desordem, pois o povo não sabe usar de uma coisa que, de sua natureza, não lhe pertence.
Resultam, entre outros, dois dos mais hediondos fenómenos sociais - a mulher irreligiosa, e o plebeu irreligioso. Pouco se pode descer abaixo de tais abjecções. Nada indica tanto a falência íntima das mais elementares forças sociais, do que a quebra do espírito religioso nas partes instintivas da sociedade.
O conceito absurdo de que é igual ao homem perverte por completo a mulher. O conceito estulto de que par do aristocrata disvirtua de todo o plebeu. Uma e outro perdem a noção instintiva dos seus papéis (destinos) sociais e se entregam à busca, ou mesmo à estéril posse, de coisas para que a Natureza os não criou, e que, possuídas, com a própria posse a Natureza os castiga.
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa . Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.
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