Álvaro de Campos
Ah, que extraordinário,
Ah, que extraordinário,
Nos grandes momentos do sossego da tristeza,
Como quando alguém morre, e estamos em casa dele e todos estão quietos
O rodar de um carro na rua, ou o canto de um galo nos quintais...
Que longe da vida!
É outro mundo.
Viramo-nos para a janela, e o sol brilha lá fora
Vasto sossego plácido da natureza sem interrupções!
28-3-1932?
Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.
- 161.