Álvaro de Campos
- ANIVERSÁRIO
- BICARBONATO DE SODA
- TRAPO
- AH, UM SONETO...
- REALIDADE
- PSIQUETIPIA (OU PSICOTIPIA)
- MAGNIFICAT
- PECADO ORIGINAL
- DACTILOGRAFIA
- MARINETTI, ACADÉMICO
- I - Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
- II - Ah o crepúsculo, o cair da noite, o acender das luzes nas grandes cidades
- ODE MARÍTIMA
- A FERNANDO PESSOA
- LISBON REVISITED (1923)
- LISBON REVISITED (1926)
- TABACARIA
- ESCRITO NUM LIVRO ABANDONADO EM VIAGEM
- APOSTILA
- Gostava de gostar de gostar.
- Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
- O tumulto concentrado da minha imaginação intelectual...
- Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
- Contudo, contudo,
- O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
- Não, não é cansaço...
- Mas eu, em cuja alma se reflectem
- Ora até que enfim..., perfeitamente...
- O mesmo Teucro duce et auspice Teucro
- Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
- Domingo irei para as hortas na pessoa dos outros,
- Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,
- Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
- Na véspera de não partir nunca
- O que há em mim é sobretudo cansaço —
- Às vezes tenho ideias felizes,
- Símbolos? Estou farto de símbolos...
- Ali não havia electricidade.
- Não: devagar.
- A obra de Caeiro divide-se, não só no livro, mas na verdade, em três partes…
- Tratei sempre o meu mestre Caeiro…
- ULTIMATUM
- Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê,
- OLIMPÍADAS
- O sport é a revelação do corpo humano…
- Desde que se pensa a sério em qualquer coisa…
- Mais vale nunca do que tarde.
- NOVELA CURTA
- PASSAGEM DAS HORAS [e]
- O que é haver ser, o que é haver seres, o que é haver coisas,
- Cristãos, pagãos, [...], (...)
- O descalabro a ócio e estrelas...
- Mas não e só o cadáver
- Duas horas e meia da madrugada. Acordo e adormeço.
- O dia esta a intentar raiar. As estrelas cosmopolitas
- Quando nos iremos, ah quando iremos de aqui?
- Ver as coisas até ao fundo...
- Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
- Deus é um conceito económico.
- Não posso aceitar a atitude crítica de Ricardo Reis para com a obra de Caeiro.
- [Carta de Álvaro de Campos ao Diário de Notícias ]
- ÁLVARO DE CAMPOS, ENGENHEIRO NAVAL E POETA FUTURISTA
- «Cancioneiro» é, como a mesma palavra o diz, uma colectânea...
- Mankind means man: it is man that creates civilization,
- [Rascunho dum prefácio para o «Cancioneiro» de Fernando Pessoa]
- Neste «Cancioneiro», e assim neste livro como em outros,
- As figuras de amadas, que aliás não existem como figuras,
- Mas a sensibilidade do nosso Ricardo Reis é estrondosamente reumática.
- [Carta dirigida à revista Contemporânea]
- AVISO POR CAUSA DA MORAL
- Não há abismos!
- O QUE É A METAFÍSICA?
- E se todos ligam pouca importância à morte, nem conseguem
- APONTAMENTOS PARA UMA ESTÉTICA NÃO-ARISTOTÉLICA
- Meu amor perdido, não te choro mais, que eu não te perdi!
- AMBIENTE
- Grande libertador,
- NOTAS PARA A RECORDAÇÃO DO MEU MESTRE CAEIRO (algumas delas)
- Agora que estou quase na morte e vejo tudo já claro,
- NOTA AO ACASO
- Minha imaginação é um Arco de Triunfo.
- OUTRA NOTA AO ACASO
- Com as malas feitas e tudo a bordo
- Meu cérebro fotográfico...
- Foi numa das minhas viagens...
- Ah, estranha vida a de bordo! Cada novo dia
- REGRESSO AO LAR
- Sim, está tudo certo.
- O horror sórdido do que, a sós consigo,
- ODE MARCIAL [d]
- No meu verso canto comboios, canto automóveis, canto vapores,
- ODE MARCIAL [e]
- Futilidade, irrealidade, (...) estática de toda a arte,
- Campina e trigo, campina,
- Paro, escuto, reconheço-me!
- Dá-nos a Tua paz,
- Chove fogo — ouro de barulho estruge...
- A PASSAGEM DAS HORAS [a]
- SAUDAÇÃO A WALT WHITMAN [b]
- Sentir tudo de todas as maneiras,
- O pó que fica das velocidades que já não se vêem!
- PASSAGEM DAS HORAS [b]
- SAUDAÇÃO [d]
- PASSAGEM DAS HORAS [c]
- Clarim claro da manhã ao fundo
- Estatelo-me ao comprido em toda a vida
- O meu mestre Caeiro era um mestre de toda a gente com capacidade para ter mestre.
- Maravilho-me da doutrina de António Mora, e discordo dela…
- A filosofia de António Mora
- É costume dizer-se, desde que alguém começou a dizê-lo,
- Uma das conversas mais interessantes, em que entrou o meu mestre Caeiro,
- E Ricardo Reis escutava, mas parecia menos atento ao que Caeiro dizia…
- Toda a antiga civilização pagã, que para Caeiro…
- É muito curiosa a complexidade da simplicidade de Caeiro.
- Houve um dia em que Caeiro me disse uma coisa mais que espantosa.
- «Nunca altero o que escrevi», disse-me uma vez o meu mestre Caeiro.
- Penso em ti no silêncio da noite, quando tudo é nada,
- O horror sórdido do que, a sós consigo,
- Não ter emoções, não ter desejos, não ter vontades,
- Por aqueles, minha mãe, que morreram, que caíram na batalha...
- O horror sórdido do que, a sós consigo,
- ODE MARCIAL [c]
- Oh o maior horror de terem cessado os clarins
- Estou vazio como um poço seco
- SAUDAÇÃO A WALT WHITMAN [a]
- Puseram-me uma tampa —
- Porta p'ra tudo!
- Saí do comboio,
- Hé-lá que eu vou chamar
- Mas eu não tenho problemas tenho só mistérios.
- Por isso é a ti que endereço
- Meu coração, bandeira içada
- Numa grande marche aux flambeaux-todas-as-cidades-da-Europa,
- A música, sim a música...
- WALT WHITMAN
- SAUDAÇÃO [a]
- Não fales alto que isto aqui é vida —
- É inútil prolongar a conversa de todo este silêncio.
- Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo.
- Aquela falsa e triste semelhança
- NOTAS SOBRE TAVIRA
- Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
- O horror sórdido do que, a sós consigo,
- Tudo se funde no movimento
- Sucata de alma vendida pelo peso do corpo,
- Chove muito, chove excessivamente...
- A alma humana é porca como um ânus
- O melodioso sistema do Universo,
- São poucos os momentos de prazer na vida...
- Os mortos! Que prodigiosamente
- Ah, que extraordinário,
- Ah, os primeiros minutos nos cafés de novas cidades!
- I - Todas as coisas são impressionantes.
- Através do ruído do café cheio de gente
- Mas mesmo assim, de repente mas de vagar, de vagar,
- MANIFESTO DE ÁLVARO DE CAMPOS
- Hoje que tudo me falta, como se fosse o chão,
- Há tantos deuses!
- Cesário, que conseguiu
- CARRY NATION
- PARAGEM. ZONA
- Estou cansado da inteligência.
- DIAGNÓSTICO
- A rapariga inglesa, uma loura, tão jovem, tão boa
- CUL DE LAMPE
- Sim, é claro,
- Os galos cantam e estou bebedíssimo.
- O cão que veio do abismo
- Estou cheio de tédio, de nada. Em cima da cama
- Se nada houvesse para além da morte,
- NOCTURNO DE DIA
- O Chiado sabe-me a açorda.
- CANÇÃO À INGLESA
- Não tenho sinceridade nenhuma que te dar.
- O soslaio do operário estúpido para o engenheiro doido —
- Talvez não seja mais do que o meu sonho...
- O sorriso triste do ante-dia que começou
- Ah, abram-me outra realidade!
- A luz crua do estio prematuro
- Meu coração, mistério batido pelas lonas dos ventos...
- Não ter deveres, nem horas certas, nem realidades...
- Com bandas militares à frente compostas de volantes e bandeiras
- Cá estamos no píncaro — nós dois
- SAUDAÇÃO A W. WHITMAN [c]
- Ah, de que serve
- PASSAGEM DAS HORAS OU WALT WHITMAN
- P. DAS HORAS — Parte II
- O bêbado caía de bêbado
- Eu cantarei,
- O FUTURO
- Todas as horas faço gaffes de civilidade e etiqueta,
- Não sei se houve alguma vez espírito especulativo ou curioso...
- RITMO PARAGRÁFICO
- O ritmo paragráfico tem sido mal recebido,
- O meu mestre Caeiro detestava as suposições.
- OPIARY
- O meu mestre Caeiro disse uma vez que,
- NAVAL ODE
- — Cegar! Cegar! exclamou Caeiro com um berro...
- MODERNAS CORRENTES NA LITERATURA PORTUGUESA
- Sensationism began with the friendship between Fernando Pessoa...
- ODE MARCIAL
- LÀ-BAS, JE NE SAIS OÙ
- DOBRADA À MODA DO PORTO
- POEMA EM LINHA RECTA
- VILEGIATURA
- CLEARLY NON-CAMPOS!
- I - Sou vil, sou reles, como toda a gente,
- II - Deuses, forças, almas de ciência ou fé,
- III - Corre, raio de rio, e leva ao mar
- IV - Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo,
- DEMOGORGON
- ADIAMENTO
- NUVENS
- «THE TIMES»
- GAZETILHA
- INSÓNIA
- ACASO
- RETICÊNCIAS
- APONTAMENTO
- DE LA MUSIQUE
- Ah, onde estou ou onde passo, ou onde não estou nem passo,
- Que lindos olhos de azul inocente os do pequenito do agiota!
- Que noite serena!
- O ter deveres, que prolixa coisa!
- Começo a conhecer-me. Não existo.
- Vai pelo cais fora um bulício de chegada próxima,
- A plácida face anónima de um morto.
- Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
- OPIÁRIO
- ODE TRIUNFAL
- Os antigos invocavam as Musas.
- Há mais de meia-hora
- Eu, eu mesmo...
- Estou cansado, é claro,
- Não estou pensando em nada
- O sono que desce sobre mim,
- Todas as cartas de amor são
- Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
- O frio especial das manhãs de viagem,
- No fim de tudo dormir.
- Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
- Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
- Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento,
- Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
- Tenho uma grande constipação,
- Sim, sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
- E o esplendor dos mapas, caminho abstracto para a imaginação concreta,
- Lisboa com suas casas
- Esta velha angústia,
- O QUE É A METAFÍSICA?
- Não sei quem foi a mulher que Caeiro amou.
- Não sei quem foi a mulher que teve o descaramento de ser amada…
- O homem que cai na vida chamada dissoluta,
- ARCO DO TRIUNFO - Álvaro de Campos
- O Sensacionismo começou com a amizade entre Fernando Pessoa... - T
- Desde que me convenci da inutilidade de qualquer esforço desinteressado,
- MENSAGEM AO DIABO
- EPISÓDIOS
- Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
- OS EMIGRADOS
- Uma vontade física de comer o Universo
- 2ª Ode - E eu era parte de toda a gente que partia.
- Toda a gente é interessante se a gente souber ver toda a gente
- Ah as horas indecisas em que a minha vida parece de um outro...
- Vou atirar uma bomba ao destino.
- Ah, sempre me contentou que a plebe se divertisse.
- Ah quem tivesse a força para desertar deveras!
- O nosso Ricardo Reis teve uma inspiração feliz...
- Discípulo, como comovidamente sou, do meu mestre Caeiro,
- A frescura de impressões, o modo directo de sentir que aprendi nos meus versos,
- O que o mestre Caeiro me ensinou foi a ter clareza;
- NEERA - Não é natural, disse o meu mestre Caeiro,
- O homem, bobo da sua aspiração, sombra chinesa da sua ânsia inútil,
- Fernando Pessoa escreveu a fio...
- O meu mestre Caeiro odiava a ambição.
- PASSAGEM DAS HORAS [d]
- A PARTIDA [a]
- A PARTIDA [b]
- A PARTIDA [c]
- E quando o leito estiver quase ao pé do tecto
- A morte — esse pior que tem por força que acontecer;
- Entremos na morte com alegria! Caramba
- Todos julgamos que seremos vivos depois de mortos.
- Quando for a Grande Partida,
- Da casa do monte, símbolo eterno e perfeito,
- Se as crianças não percebem os adultos…
- Há tanto tempo que não sou capaz
- Sem impaciência.
- ... Como, nos dias de grandes acontecimentos no centro da cidade,
- Depois de não ter dormido,
- SAUDAÇÃO [b]
- E deito um cigarro meio fumado fora
- Heia o quê? Heia porquê? Heia p’ra onde?
- SAUDAÇÃO [c]
- Tantos poemas contemporâneos!
- Para saudar-te
- [Carta ao director de A Capital - 1915]
- Subiste à glória pela descida abaixo.
- Abram falência à nossa vitalidade!
- Depois de quando deixei de pensar em depois
- Choro como a criança a quem falta a lua perto,
- Não sei se os astros mandam neste mundo,
- Minha oração-cavalgada!
- Ah! Ser indiferente!
- Abram todas as portas!
- Para cantar-te,
- O verdadeiro poema moderno é a vida sem poemas,
- II - Deixo, deuses, atrás a dama antiga
- III - Somos meninos de uma primavera
- Ah, como outrora era outra a que eu não tinha!
- Arre, que tanto é muito pouco!
- Ora porra!
- Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,
- ODE MARCIAL [a]
- Na ampla sala de jantar das tias velhas
- Ruído longínquo e próximo não sei porquê
- A clareza falsa, rígida, não-lar dos hospitais
- Hela hoho, helahoho!
- Ah o som de abanar o ferro da engomadeira
- II - A Guerra!
- E o som só dentro do relógio acentuado
- Barcos pesados vindo para as melancólicas sombras
- O conto antigo da Gata Borralheira,
- As mortes, o ruído, as violações, o sangue, o brilho das baionetas...
- Névoas de todas as recordações juntas
- ODE MARCIAL [b]
- Se eu tirar com urna pancada
- Meu pobre amigo, não tenho compaixão que te dar.
- A vida é para os inconscientes (Ó Lydia, Celimène, Daisy)
- Vendi-me de graça aos casuais do encontro.
- Não! Só quero a liberdade!
- A liberdade, sim, a liberdade!
- Tenho escrito mais versos que verdade.
- OXFORD SHORES'
- AH, UM SONETO...
- Meu coração. o almirante errado
- Estou escrevendo sonetos regulares
- V - Há quanto tempo, Portugal, há quanto
- POEMA DE CANÇÃO SOBRE A ESPERANÇA
- Já sei: alguém disse a verdade.
- Não se preocupem comigo: também tenho a verdade.
- Ah, no terrível silêncio do quarto
- E eu que estou bêbado de toda a injustiça do mundo...
- DILUENTE
- Bem sei que tudo é natural
- P-HÁ
- Esse é um génio, é o que é novo é (...)
- Passo, na noite da rua suburbana,
- Ah, quem me dera ser desempregado!
- A água de aqui é boa, não é?
- Onde é que os mortos dormem? Dorme alguém
- Saudação a todos quantos querem ser felizes:
- A coisa estranha e muda em todo o corpo,
- A estrada inteiramente insubjectiva
- Faróis distantes,
- Nas minhas veias, por onde corre, numa lava de asco,
- ODE MORTAL
- Há cortejos, pompas, discursos,
- Ai, Margarida,
- Durmo, remoto; sonho, diferente,
- Perdi a esperança como uma carteira vazia...
- TRAMWAY
- Quase sem querer (se o soubéssemos!) os grandes homens saindo dos homens vulgares
- CANÇÃO ABRUPTA
- No conflito escuro e besta
- Às vezes medito,
- NA ÚLTIMA PÁGINA DE UMA ANTOLOGIA NOVA
- No ocaso, sobre Lisboa, no tédio dos dias que passam,
- [Carta a Ophélia Queiroz - 25 Set. 1929]
- Um especialista é um homem que sabe qualquer coisa...
- Um especialista é um homem que sabe qualquer coisa
- O ritmo paragráfico é tão fácil, ou tão difícil, como o ritmo vulgar.
- São três os sentidos que colaboraram na formação das artes,
- O que eu adoro nos seus versos não é o sistema filosófico...
- A frescura de impressões, o modo directo de sentir...
- 1. Toda a arte é a sobreposição às Coisas da nossa interpretação ou ideia delas.
- Se eu vir aquela árvore como toda a gente a vê,
- A INFLUÊNCIA DA ENGENHARIA NAS ARTES RACIONAIS
- No lugar dos palácios desertos e em ruínas
- Não sei. Falta-me um sentido, um tacto
- Se te queres matar, porque não te queres matar?
- Tão pouco heráldica a vida!
- Faróis distantes,
- I - Quando olho para mim não me percebo.
- O florir do encontro casual
- II - A Praça da Figueira de manhã,
- Nas praças vindouras — talvez as mesmas que as nossas —
- III - Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de
- Mestre, meu mestre querido!
- VIAGEM
- Na noite terrível, substância natural de todas as noites,
- Lentidão dos vapores pelo mar...
- Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
- CARNAVAL [a]
- É Carnaval, e estão as ruas cheias
- CARNAVAL [b]
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