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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

Mas mesmo assim, de repente mas de vagar, de vagar,

Mas mesmo assim, de repente mas de vagar, de vagar,

Atravessando todas estas coisas modernas e presentes,

Vindo naturalmente através de todas estas coisas e estes ruídos,

Como se tudo isto fosse um vidro fosco transparente a essa luz,

Através do ruído dos guindastes, pelos interstícios do marulhar dos barcos,

Coando pelas frinchas dos assobios dos comboios,

Misteriosamente repassando, ensopando a faina das gentes,

Torna, através do moderno e do actual, a eterna voz marítima,

A eterna voz representativa das grandes coisas oceânicas,

s.d.

Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

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