Proj-logo

Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
pdf
Fernando Pessoa

No céu da noite que começa

No céu da noite que começa

Nuvens de um vago negro brando

Numa ramagem pouco espessa

Vão no ocidente tresmalhando.

Aos sonhos que não sei me entrego

Sem nada procurar sentir

E estou em mim como em sossego,

Pra sono falta-me dormir.

Deixei atrás nas horas ralas

Caídas uma outra ilusão,

Não volto atrás a procurá-las,

Já estão formigas onde estão.

27-7-1931

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

 - 51.