Fernando Pessoa
Desperto de sonhar-te
Desperto de sonhar-te
Quando inda a noite é funda,
E um céu estelar faz parte
Do silêncio que inunda.
Perdi poder amar-te
E a treva me circunda.
Talvez que relembrasse,
Sonhando-te, outro ser,
E aquilo que sonhasse
Fosse tornar a ter.
Mas despertei, e faz-se
Claro em meu quarto a ver.
Insónia de perder-te!
Quem foste já não sei.
Pela janela verte
Cada astro a sua lei.
Como, sem sonhar ter-te?...
Porque não dormirei?
4-3-1932
Pessoa Inédito. Fernando Pessoa. (Orientação, coordenação e prefácio de Teresa Rita Lopes). Lisboa: Livros Horizonte, 1993.
- 9.


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