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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

[Carta a Ophélia Queiroz - 22 Maio 1920]

Meu Bebé pequenino:

Pelo papel vês de onde te estou escrevendo. Refugiei-me aqui da chuva, e, como com isso atrasei várias coisas que tinha que fazer, não poderei ir às 6 horas a Belém acompanhar a Nininha até Lisboa.

Estou um pouco melhor (de saúde, não de juízo), mas ainda me sinto bastante mal disposto.

Amanhã (salvo doença ou outra coisa que estorve) passo na tua rua entre as 11 e as 11.30. Se o Bebezinho quiser estar à janela, vê o Nininho passar. Se não quiser, não o vê (É autor desta última frase o meu querido amigo Álvaro de Campos).

Que pena a fábrica em Belém não ter telefone. Se tivesse eu poderia avisar-te de que não ia, nos dias em que não pudesse ir; e escusava a Ibis do Ibis de esperar pelos Ibis.

Adeus, Bebé queridinho: muitos beijinhos do mau do teu e sempre teu

Fernando

22/5/1920

22-5-1920

Cartas de Amor. Fernando Pessoa. (Organização, posfácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz.) Lisboa: Ática, 1978 (3ª ed. 1994).

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