Proj-logo

Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
pdf
Ricardo Reis

Pese a sentença igual da ignota morte

Pese a sentença igual da ignota morte

Em cada breve corpo, é entrudo e riem,

Felizes, porque em eles pensa e sente

        A vida, que não eles.

De rosas, inda que de falsas, teçam

Capelas veras. Escasso, curto é o espaço

Que lhes é dado, e por bom caso em todos

        Breve nem vão sentido.

Se a ciência é vida, sábio é só o néscio.

Quão pouco diferença a mente interna

Do homem da dos brutos! Sós! Leixai

        Viver os moribundos!

20-2-1928

Poemas de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994.

 - 126.