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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Ricardo Reis

Pensa quantos, no ardor da jovem ida,

Pensa quantos, no ardor da jovem ida,

Um destino parou; quantos, obtendo

        Da meta inesperada

        (...)

Não esperes nem consigas; enche a taça

E abdica: tudo é natural e estranho.

        Nem justos nem injustos

        São os Deuses, senão outros.

O conseguido é dado; tudo é imposto.

Prazer ou mágoa, são qual sol ou chuva,

        Dados, ora são desejos

        Ora ao (...)

(...)

(...) esperanças breves;

        Quantos, que à meta imposta

A só esperança lembrada antequiseram.

Tal porque morre cai, tal porque vive.

O que se cumpre nunca se quisera,

        Salvo se a morte é cega

        Do pó do (...)

3-1-1928

Poemas de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994.

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