Fernando Pessoa
Contemplo o que não vejo.
Contemplo o que não vejo.
É tarde, é quase escuro,
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.
Por cima o céu é grande;
Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.
Tudo é do outro lado,
No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.
Confunde-se o que existe
Com o que durmo e sou
Não sinto, não sou triste,
Mas triste é o que estou.
7-9-1933
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 171.


![[Fundação Calouste Gulbenkian]](http://s.arquivopessoa.net/images/fcg-logo-mini.png?1331495077)
![[CCDR-LVT]](http://s.arquivopessoa.net/images/ccdrlvt-logo-mini.png?1331495077)
![[PORLVT]](http://s.arquivopessoa.net/images/porlvt-logo-mini.png?1331495077)
![[FEDER]](http://s.arquivopessoa.net/images/feder-logo-mini.png?1331495077)
![[DGLB]](http://s.arquivopessoa.net/images/dglb-logo-mini.png?1331495077)
![[Ministério da Cultura]](http://s.arquivopessoa.net/images/mc-logo-mini.png?1331495077)
![[Fundação Luso-Brasileira]](http://s.arquivopessoa.net/images/flb-logo-mini.png?1331495077)
![[Assírio e Alvim]](http://s.arquivopessoa.net/images/assirio-logo-mini.png?1331495077)
![[Instituto de Estudos sobre o Modernismo]](http://s.arquivopessoa.net/images/iemo.png?1331495077)
![[Obra Aberta]](http://s.arquivopessoa.net/images/oa-logo-mini.png?1331495077)
![[Arte Numérica]](http://s.arquivopessoa.net/images/an-logo-mini.png?1331495077)
![[Intraneia]](http://s.arquivopessoa.net/images/intraneia-logo-mini.png?1331495077)