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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

Mas eu, em cuja alma se reflectem

Mas eu, em cuja alma se reflectem

As forças todas do universo,

Eu cuja reflexão emotiva e sacudida

Minuto a minuto, emoção a emoção,

Coisas antagónicas e absurdas se sucedem —

Eu o foco inútil de todas as realidades,

Eu o fantasma nascido de todas as sensações,

Eu o abstracto, eu o projectado no écran,

Eu a mulher legítima e triste do Conjunto,

Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.

s.d.

Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

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