Álvaro de Campos
O ter deveres, que prolixa coisa!
O ter deveres, que prolixa coisa!
Agora tenho eu que estar à uma menos cinco
Na Estação do Rossio, tabuleiro superior — despedida
Do amigo que vai no «Sud Express» de toda a gente
Para onde toda a gente vai, o Paris...
Tenho que lá estar
E acreditem, o cansaço antecipado é tão grande
Que, se o «Sud Express» soubesse, descarrilava...
Brincadeira de crianças?
Não, descarrilava a valer...
Que leve a minha vida dentro, arre, quando descarrile!...
Tenho desejo forte,
E o meu desejo, porque é forte, entra na substância do mundo.
s.d.
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
- 123.


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