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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Quando é que o cativeiro

Quando é que o cativeiro

Acabará em mim,

E, próprio dianteiro,

Avançarei enfim?

Quando é que me desato

Dos laços que me dei?

Quando serei um facto?

Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina

De qualquer dia meu,

Me acharei alma digna

Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?

Não sei. E até então

Viverei perguntando:

Perguntarei em vão.

13-3-1931

Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa. (Direcção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno.) Lisboa: Ática, 1973 (4ª ed. 1993).

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