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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

E o esplendor dos mapas, caminho abstracto para a imaginação concreta,

E o esplendor dos mapas, caminho abstracto para a imaginação concreta,

Letras e riscos irregulares abrindo para a maravilha.

O que de sonho jaz nas encadernações vetustas,

Nas assinaturas complicadas (ou tão simples e esguias) dos velhos livros.

(Tinta remota e desbotada aqui presente para além da morte,

O que de negado à nossa vida quotidiana vem nas ilustrações,

O que certas gravuras de anúncios sem querer anunciam.

Tudo quanto sugere, ou exprime o que não exprime.

Tudo o que diz o que não diz,

E a alma sonha, diferente e distraída.

Ó enigma visível do tempo, o nada vivo em que estamos!)

14-1-1933

Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

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