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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Ó curva do horizonte, quem te passa,

Ó curva do horizonte, quem te passa,

Passa da vista, não de ser ou estar.

Não chameis à alma, que da vida esvoaça,

Morta. Dizei: Sumiu-se além no mar.

Ó mar, sê símbolo da vida toda —

Incerto, o mesmo e mais que o nosso ver!

Finda a viagem da morte e a terra à roda,

Voltou a alma e a nau a aparecer.

11-1-1922

Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa. (Direcção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno.) Lisboa: Ática, 1973 (4ª ed. 1993).

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