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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Na véspera de nada

Na véspera de nada

Ninguém me visitou.

Olhei atento a estrada

Durante todo o dia

Mas ninguém vinha ou via,

Ninguém aqui chegou.

Mas talvez não chegar

Queira dizer que há

Outra estrada que achar,

Certa estrada que está,

Como quando da festa

Se esquece quem lá está.

11-10-1934

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

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