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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Alberto Caeiro

Sempre que penso uma coisa, traio-a.

Sempre que penso uma coisa, traio-a.

Só tendo-a diante de mim devo pensar nela.

Não pensando, mas vendo,

Não com o pensamento, mas com os olhos.

Uma coisa que é visível existe para se ver,

E o que existe para os olhos não tem que existir para o pensamento;

Só existe verdadeiramente para o pensamento e não para os olhos.

Olho, e as coisas existem.

Penso e existo só eu.

21-5-1917

“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença,

1994.

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