Fernando Pessoa
Na paz da noite, cheia de tanto durar,
Na paz da noite, cheia de tanto durar,
Dos livros que li,
Que os li a sonhar, a mal meditar,
Nem vendo que os vi,
Ergo a cabeça [...] estonteada
Do lido e do vão
Do ler e vazio que há e fiz por noite acabada —
Não no meu coração.
1934
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).
- 181.