TEORIA DO AGNOSTICISMO IDEALISTA
TEORIA DO AGNOSTICISMO IDEALISTA
The argument
1. Temos uma ideia de verdade, que é, em base, a ideia de ser.
2. O mundo não é a verdade nem o ser. Não podemos descobrir essa verdade — na impossibilidade que temos de uma causa infinita, etc.
3. Se a não podemos descobrir, é que o mundo, como nos é apresentado no espírito, não a é.
A ideia de infinito não nos vem da experiência, do mundo — porque essencialmente, o infinito é inexperienciável. É uma dedução metafísica nossa. — Tudo quanto concebemos como essencial , não o encontramos no mundo; julgamo-lo ali, às vezes, mas por dedução.
A objecção de que o infinito entra na matemática envolve uma falta de subtileza no compreender. A m[atemátic]a trata do número (e da quantidade); como o infinito é, negativamente concebido, quantidade; isto é, como o infinito é quantidade visto que é não-quantidade, a matemática tem que o considerar. Como coisa positiva, porém, é que o infinito não entra na ciência.
Tendo todas as ideias, todos os sistemas uma parte de erro e uma parte de verdade, todos são ad infinitum (indefinidamente) substanciais representações. [...]
Textos Filosóficos . Vol. II. Fernando Pessoa. (Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho.) Lisboa: Ática, 1968.
- 199.