Proj-logo

Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
pdf
Fernando Pessoa

Canta onde nada existe

Canta onde nada existe

O rouxinol para seu bem (?),

Ouço-o, cismo, fico triste

E a minha tristeza também (?)

Janela aberta, para onde

Campos de não haver são

O onde a dríade se esconde

Sem ser imaginação.

Quem me dera que a poesia

Fosse mais do que a escrever!

Canta agora a cotovia

Sem se lembrar de viver...

7-12-1933

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

 - 128.