Fernando Pessoa
Vejo passar os barcos pelo mar,
Vejo passar os barcos pelo mar,
As velas, como asas do que vejo
Trazem-me um vago e íntimo desejo
De ser quem fui, sem eu saber que foi.
Por isso tudo lembra o meu ser lar,
E, porque o lembra, quanto sou me dói.
1932
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).
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