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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

E o som só dentro do relógio acentuado

E o som só dentro do relógio acentuado

No serão sem ninguém das casas de jantar da província

Põe-me o tempo inteiro em cima da alma,

E enquanto não chega a hora do chá das tias velhas,

O meu coração ouve o tempo passar e sofre comigo.

Tic-tac mais sonolento que o dos outros relógios —

Na parede, de madeira, este tem pêndulo e oscila.

O meu coração tem saudades não sabe de quê.

Tenho que morrer...

Tic-tac mecânico e certo — serão sereno mecânico na província.

s.d.

Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

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