Gnomos do luar que faz selvas
Gnomos do luar que faz selvas
As florestas sossegadas,
Que sois silêncios nas relvas,
E em almas abandonadas
Fazeis sombras enganadas,
Que sempre se a gente olha
Acabastes de passar
E só um tremor de folha
Que o vento pode explicar
Fala de vós sem falar,
Levai-me no vosso rastro,
Que em minha alma quero ser
Como vosso corpo, um astro
Que só brilha quando houver
Quem o suponha sem ver.
Ah, sentir tudo de todos os feitios!
Não ter alma, não ter
Só diversos modos —
Seja eu leitura variada
Para mim mesmo!
Assim eu que canto ou choro
Quero velar-me e partir.
Lembrando o que não memoro,
Alguém me saiba sentir,
Mas ninguém me definir.
Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990).
- 177.


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