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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Tudo quanto sonhei tenho perdido

Tudo quanto sonhei tenho perdido

Antes de o ter.

Um verso ao menos fique do inobtido,

Música de perder.

Pobre criança a quem não deram nada,

Choras? E em vão.

Como tu choro à beira da erma estrada.

Perdi o coração.

A ti talvez, que não te tens dado,

Daria enfim...

A mim... Sei eu que duro e inato fado

Me espera a mim?

1920

Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990).

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