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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

Meu coração. o almirante errado

Meu coração. o almirante errado

Que comandou a armada por haver

Tentou caminho onde o negou o Fado,

Quis ser feliz quando o não pôde ser.

E assim, [fechado?], absurdo, postergado,

Dado ao que nos resulta de se abster,

Não foi dado, não foi dado, não foi dado

E o verso errado deixa-o entender.

Mas há compensações absolutórias

Na sombra — no silencio da derrota

Que tem mais rosas de alma que as vitórias.

E assim surgiu, Imperial, a frota

Carregada de anseios e de glórias

Com que o almirante prosseguiu na rota.

s.d.

Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

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