Fernando Pessoa
Há um frio e um vácuo no ar.
Há um frio e um vácuo no ar.
Está sobre tudo a pairar,
Cinzento-preto, o luar.
Luar triste de antemanhã
De outro dia e sua vã
Esperança e inútil afã.
É como a morte de alguém
Que era tudo que a alma tem
E que não era ninguém.
Absurdo erro disperso
No espaço, água onde é imerso
O cadáver do universo.
É como o meu coração
Frio da vaga opressão
Da antemanhã da visão.
23-2-1931
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).
- 63.


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