Seguro assento na coluna firme [ 2]
Seguro assento na coluna firme
Dos versos em que fico.
Aquele agudo interno movimento
Por quem os fiz pensados
Passa, e eu, outro já que o factor deles,
Póstumo substituo-me.
Chegada a hora, eu próprio serei todo
Menos que essas palavras
E papel, ou papiro escrito e morto
Será mais eu que eu mesmo.
A obra imortal excede o autor da obra;
E é menos dono dela
Quem a fez do que o tempo em que perdura.
Morre a obra a vida nossa.
Durar, sentir, só os altos deuses unem.
Nós não somos inteiros.
Assim os deuses esta nossa regem
Mortal e imortal vida;
Assim o Fado rege que assim rejam.
Mas se assim é, é assim.
Poemas de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994.
- 1a.1ª publ. in Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor). Lisboa: Ática, 1946


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