Fernando Pessoa
Árvore verde,
Árvore verde,
Meu pensamento
Em ti se perde.
Ver é dormir
Neste momento.
Que bom não ser
estando acordado!
Também em mim
Enverdecer
Em folhas dado!
Tremulamente
Sentir no corpo
Brisa na alma!
Não ser quem sente,
Mas tem a calma...
Eu tinha um sonho
Que me encantava.
Se a manhã vinha,
Como eu a odiava!
Volvia a noite,
E o sonho a mim.
Era o meu lar,
Minha alma afim.
Depois perdi-o.
Lembro? Quem dera!
Se eu nunca soube
O que ele era.
3-8-1930
Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990).
- 140.


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