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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

A pálida luz da manhã de Inverno,

A pálida luz da manhã de Inverno,

        O cais e a razão

Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,

        Ao meu coração.

        O que tem que ser

Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio

        Na rua a acordar

Não há mais sossego, nem um vazio sequer,

        Para o meu esperar.

        O que tem que não ser

Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

28-12-1928

Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990).

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