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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Qual é a tarde por achar

Qual é a tarde por achar

Em que teremos todos razão

E respiraremos o bom ar

Da alameda sendo Verão,

Ou, sendo Inverno, baste estar

Ao pé do sossego ou do fogão?

Qual é a tarde por voltar?

Essa tarde houve, e agora não.

Qual é a mão cariciosa

Que há-de ser enfermeira minha —

Sem doenças minha vida ousa —

Oh, essa mão é morta e osso..

Só a lembrança me acarinha

O coração com que não posso

22-1-1929

Poesias Inéditas (1919-1930). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1956 (imp. 1990).

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