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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

Faróis distantes,

Faróis distantes,

De luz subitamente tão acesa,

De noite e ausência tão rapidamente volvida,

Na noite, no convés, que consequências aflitas!

Mágoa última dos despedidos,

Ficção de pensar...

Faróis distantes...

Incerteza da vida...

Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,

No acaso do olhar perdido...

Faróis distantes...

A vida de nada serve...

Pensar na vida de nada serve...

Pensar de pensar na vida de nada serve...

Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.

Faróis distantes...

30-4-1926

Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

 - 26.

Não atribuído a Campos: Álvaro de Campos - Livro de Versos. Fernando Pessoa. (Edição Crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.