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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Álvaro de Campos

III - Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de

                III

Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de

Dizer aos meus amigos ai de Londres,

Que embora não o sintas, tu escondes

A grande dor da minha morte. Irás de

Londres p’ra York, onde nasceste (dizes —

Que eu nada que tu digas acredito...)

Contar àquele pobre rapazito

Que me deu tantas horas tão felizes

(Embora não o saibas) que morri.

Mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,

Nada se importará. Depois vai dar

A notícia a essa estranha Cecily

Que acreditava que eu seria grande...

Raios partam a vida e quem lá ande!...

(A bordo do navio em que embarcou para o Oriente; uns quatro meses antes

 do Opiário, portanto) Dezembro 1913

1915

“Três Sonetos” Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.

 - 2.

1ª publ. com o título “Soneto Já Antigo” in Contemporânea, nº 6. Lisboa: Dez. 1922.