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OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Ricardo Reis

Hora a hora não dura a face antiga

Hora a hora não dura a face antiga

Dos repetidos seres, e hora a hora,

        Pensando, envelhecemos.

Tudo passa ignorado, e o que, sabido,

Fica só sabe que ignora, porém nada

        Torna, ciente ou néscio.

Pares, assim, do que não somos pares,

Da hora incerta a chama agasalhemos

        Com côncavas mãos frias.

16-11-1923

Poemas de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994.

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