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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Não digas nada!

Não digas nada!

Não, nem a verdade!

Há tanta suavidade

Em nada se dizer

E tudo se entender —

Tudo metade

De sentir e de ver...

Não digas nada!

Deixa esquecer.

Talvez que amanhã

Em outra paisagem

Digas que foi vã

Toda esta viagem

Até onde quis

Ser quem me agrada...

Mas ali fui feliz...

Não digas nada.

23-8-1934

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

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