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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Ah, verdadeiramente a deusa! —

Ah, verdadeiramente a deusa! —

A que ninguém viu sem amar

E que já o coração endeusa

Só com somente a adivinhar.

Por fim magnânima aparece

Naquela perfeição que é

Uma estátua que a vida aquece

E faz da mesma vida fé.

Ah, verdadeiramente aquela

Com que no túmulo do mundo

O morto sonha, como a estrela

Que há-de surgir no céu profundo.

3-9-1934

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

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