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Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
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Fernando Pessoa

Verdadeiramente

Verdadeiramente

Nada em mim sinto.

Há uma desolação

Em quanto eu sinto.

Se vivo, parece que minto.

Não sei do coração

Outrora, outrora

Fui feliz, embora

Só hoje saiba que o fui.

E este que fui e sou,

Margens, tudo passou

Porque flui.

6-4-1934

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

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