Álvaro de Campos
Paro, escuto, reconheço-me!
Paro, escuto, reconheço-me!
O som da minha voz caiu no ar sem vida.
Fiquei o mesmo, tu estás morto, tudo é insensível...
Saudar-te foi um modo de eu querer animar-me,
Para que te saudei sem que me julgue capaz
Da energia viva de saudar alguém!
Ó coração por sarar! quem me salva de ti?
s.d.
«Saudação a Walt Whitman». Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993.
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