Fernando Pessoa
Ladram uns cães a distância,
Ladram uns cães a distância,
Cai uma tarde qualquer,
Do campo vem a fragrância
De campo, e eu deixo de ver.
Um sonho meio sonhado,
Em que o campo transparece,
Está em mim, está a meu lado,
Ora me lembra ou me esquece.
E assim neste ócio profundo
Sem males vistos ou bens,
Sinto que todo este mundo
É um largo onde ladram cães.
25-12-1932
Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).
- 116.


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