Proj-logo

Arquivo Pessoa

OBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
pdf
Fernando Pessoa

Lá fora onde árvores são

Lá fora onde árvores são

O que se mexe a parar

Não vejo nada senão,

Depois das árvores, o mar.

É azul intensamente,

Salpicado de luzir,

E tem na onda indolente

Um suspirar de dormir.

Mas nem durmo eu nem o mar,

Ambos nós, no dia brando,

E ele sossega a avançar

E eu não penso e estou pensando.

14-8-1932

Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. (Nota prévia de Jorge Nemésio.) Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990).

 - 89.