Alberto Caeiro - A espantosa realidade das coisas
- Criança desconhecida e suja brincando à minha porta,
- Dizes-me: tu és mais alguma coisa
- Entre o que vejo de um campo e o que vejo de outro campo
- Falas de civilização, e de não dever ser,
- I - Eu nunca guardei rebanhos,
- IX - Sou um guardador de rebanhos.
- Não basta abrir a janela
- Noite de S. João para além do muro do meu quintal.
- O PENÚLTIMO POEMA
- Ontem o pregador de verdades dele
- Pastor do monte, tão longe de mim com as tuas ovelhas
- Quando tornar a vir a Primavera
- Quando vier a Primavera,
- Se eu morrer novo,
- Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
- Tu, místico, vês uma significação em todas as coisas
- Uma gargalhada de rapariga soa do ar da estrada
- V - Há metafísica bastante em não pensar em nada.
- Verdade, mentira, certeza, incerteza…
- VIII - Num meio-dia de fim de Primavera
- X - «Olá, guardador de rebanhos,
- XIII - Leve, leve, muito leve,
- XL - Passa uma borboleta por diante de mim
- XLII - Passou a diligência pela estrada, e foi-se;
- XLIII - Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
- XLIX - Meto-me para dentro, e fecho a janela.
- XLV - Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
- XLVI - Deste modo ou daquele modo,
- XLVII - Num dia excessivamente nítido,
- XLVIII - Da mais alta janela da minha casa
- XX - O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
- XXIV - O que nós vemos das coisas são as coisas.
- XXV - As bolas de sabão que esta criança
- XXVI - Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
- XXVIII - Li hoje quase duas páginas
- XXX - Se quiserem que eu tenha um misticismo, está bem, tenho-o.
- XXXII - Ontem à tarde um homem das cidades
- XXXIX - O mistério das coisas, onde está ele?
- XXXV - O luar através dos altos ramos,
- XXXVII - Como um grande borrão de fogo sujo